Existem mais de 150 tipos de dores de cabeça e cada uma delas apresenta suas particularidades. Você sabia que a enxaqueca crônica e a enxaqueca episódica podem estar associadas a distúrbios do sono, tais como apneia do sono, sonolência, sono inadequado e ronco?
Recentemente, a Farmacêutica Allergan Ltda., anunciou os resultados de um estudo que contou com 12.810 portadores de enxaqueca nos Estados Unidos, cujo objetivo era avaliar a relação entre enxaqueca crônica (EC) e os distúrbios do sono e apneia do sono. Os dados mostraram que os distúrbios elevaram o risco de agravamento da dor de cabeça (aumento da intensidade da dor).
“Ter um bom sono noturno é essencial para a nossa saúde e o nosso desempenho em atividades sociais cotidianas (trabalho e prática de exercícios, por exemplo). Esse estudo sugere que muitos portadores de enxaqueca crônica acumulam desgastes duplos da doença: ter de aguentar os efeitos incapacitantes da enxaqueca e quinze ou mais dias de cefaleia por mês e ainda tratar das consequências dos distúrbios do sono”, explica a neurologista Maria Eduarda Nobre, da International Headache Society.
Com base no “Questionário de Berlim”, formulário que auxilia na investigação mais aprofundada para o diagnóstico de apneia do sono, 52% dos pacientes que sofriam com enxaqueca crônica apresentavam alto risco de apneia do sono. O estudo também evidenciou um risco aumentado de distúrbios de sono especialmente entre homens, obesos ou portadores de enxaqueca crônica.
É importante mencionar que a apneia pode não parecer grave em um primeiro momento, mas se não for tratada pode elevar o risco de pressão alta, ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e outras doenças graves.
Para a Dra. Maria Eduarda, cuidar do sono também é fundamental para a melhora da enxaqueca: “O distúrbio do sono pode dificultar ainda mais o tratamento da dor de cabeça, por isso não deve ser ignorado. Na verdade, a recomendação é que quem sofre com problemas desse tipo procure ajuda médica para resolver o quanto antes”.
Se os sintomas que descrevemos aqui acendeu a luz da dúvida em você, converse com o seu neurologista. Explique o que você sente e questione o que é possível fazer para recuperar a qualidade de seu sono, lembrando que dormir mal é um dos gatilhos para as dores de cabeça.
O texto acima possui caráter exclusivamente informativo. Jamais realize qualquer tipo de tratamento ou se automedique sem a orientação de um especialista.
Referências
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1. Buse DC, et al. The Relationship Between Sleep Disorders and Migraine: Results from the Chronic Migraine Epidemiology and Outcomes (CaMEO) Study. Pôster apresentado na AHS 2017.
2. Buse DC, et al. The Relationship Between Sleep Disorders and Migraine: Results from the Chronic Migraine Epidemiology and Outcomes (CaMEO) Study. Apresentação feita no EAN 2017.
3. What Is Sleep Apnea? National Heart, Lung and Blood Institute. Disponível em: https://www.nhlbi.nih.gov/health/health-topics/topics/sleepapnea. Último acesso: julho de 2017.
4. Medical Definition of Somnolence. MedicineNet.com. Disponível em: http://www.medicinenet.com/script/main/art.asp?articlekey=13097. Último acesso: julho de 2017.
5. Organização Mundial da Saúde. Global Burden of Disease: Part 3. Disponível em: http://www.who.int/healthinfo/global_burden_disease/GBD_report_2004update_part3.pdf. Último acesso: julho de 2017.
6. Buse DC, et al. Adolescent Perspectives on the Burden of their Parent’s Migraine: Results from the Chronic Migraine Epidemiology and Outcomes Study (CaMEO). Pôster apresentado no European Headache and Migraine Trust International Congress 2016.
7. Scher AI, et al. Epidemiology of Migraine in Men: Disease Presentation and Comorbidities from the Chronic Migraine Epidemiology and Outcomes (CaMEO) Study. Pôster apresentado no European Headache and Migraine Trust International Congress 2016.
8. Lipton RB, et al. The Effect of Psychiatric Symptoms on Headache-Related Disability in Migraine: Results from the Chronic Migraine Epidemiology and Outcomes (CaMEO) Study. Pôster apresentado no European Headache and Migraine Trust International Congress 2016.
9. Olesen J, et al. Comitê de Classificação da Cefaleia da Sociedade Internacional de Cefaleia (IHS). Classificação Internacional dos Distúrbios de Cefaleia, 3ª edição (versão beta). Cephalagia. 2013;33 (9) 629–808.
